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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Pesquisador defende troca de experiência laboral no Judiciário


A potencialização da experiência individual para otimizar trocas coletivas e o desenvolvimento institucional foi um dos temas de palestra apresentada na terça-feira (5/5) durante a abertura dos eventos estratégicos realizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O assunto foi abordado pelo professor e pesquisador da Universidade de São Paulo Laerte Sznelwar na exposição “Subjetividade no Trabalho: Aspectos Humanos Envolvidos na Atenção ao Primeiro Grau”.
O professor falou sobre as principais conclusões de pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 2013 por sua equipe, com foco no trabalho dos magistrados. “É fundamental que a gente consiga reforçar o pertencimento, o coleguismo, a possibilidade de compartilhar experiências. Isso só é possível se existir valor comum da confiança, que também vem do sentimento de justiça”, pontuou.
O professor disse que o trabalho não pode ser reduzido a atuações mecânicas, e defendeu a criação de espaços formais para trocas entre os profissionais, assim como a ampla discussão dos métodos de avaliação, uma vez que o desempenho não se mede apenas por números, mas por questões subjetivas. Segundo Sznelwar, quando não existe cooperação, abre-se espaço para a descrença e para a desagregação.
O professor elogiou iniciativas do CNJ para incentivar a participação de magistrados na construção de políticas e de ações, pois segundo ele, compartilhar o trabalho real e as dificuldades colabora não apenas com a construção da saúde mental dos profissionais, como também com a melhoria das instituições. De acordo com Sznelwar, ainda que a individualidade seja importante, é preciso trabalhar a motivação coletiva, valorizando o trabalho do profissional e associando a atividade a algo que resulte em mudanças positivas na sociedade.
Coordenador da mesa, o juiz auxiliar da presidência do CNJ Bruno Ronchetti disse que a pesquisa de Sznelwar está desencadeando uma transformação na forma de entender o trabalho dos juízes, uma vez que lança olhar sobre a valorização da vida e do trabalho. Segundo ele, o CNJ está aberto para discutir relações de trabalho e métodos de avaliação com os juízes. “É nossa preocupação ouvir os tribunais e os profissionais, e no lugar de algo impositivo, criar algo participativo. Esse desencaminhar da transformação já faz parte do nosso presente”, destacou.
Evento - A 1ª Reunião Preparatória para o 9º Encontro Nacional do Poder Judiciário e a 1ª Reunião da Rede de Priorização do Primeiro Grau estão sendo realizadas  na Escola da Magistratura Federal da 1ª Região (Esmaf), em Brasília, e terminam amanhã com a apresentação dos resultados gerados pelos diversos segmentos de Justiça.
Débora Zampier


Agência CNJ de Notícias


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