A potencialização da experiência individual para otimizar
trocas coletivas e o desenvolvimento institucional foi um dos temas de
palestra apresentada na terça-feira (5/5) durante a abertura dos eventos
estratégicos realizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O assunto foi
abordado pelo professor e pesquisador da Universidade de São Paulo Laerte
Sznelwar na exposição “Subjetividade no Trabalho: Aspectos Humanos Envolvidos
na Atenção ao Primeiro Grau”.
O professor falou
sobre as principais conclusões de pesquisa que vem sendo desenvolvida desde
2013 por sua equipe, com foco no trabalho dos magistrados. “É fundamental que a
gente consiga reforçar o pertencimento, o coleguismo, a possibilidade de
compartilhar experiências. Isso só é possível se existir valor comum da
confiança, que também vem do sentimento de justiça”, pontuou.
O professor disse que
o trabalho não pode ser reduzido a atuações mecânicas, e defendeu a criação de
espaços formais para trocas entre os profissionais, assim como a ampla discussão
dos métodos de avaliação, uma vez que o desempenho não se mede apenas por
números, mas por questões subjetivas. Segundo Sznelwar, quando não existe
cooperação, abre-se espaço para a descrença e para a desagregação.
O professor elogiou
iniciativas do CNJ para incentivar a participação de magistrados na construção
de políticas e de ações, pois segundo ele, compartilhar o trabalho real e as
dificuldades colabora não apenas com a construção da saúde mental dos
profissionais, como também com a melhoria das instituições. De acordo com
Sznelwar, ainda que a individualidade seja importante, é preciso trabalhar a
motivação coletiva, valorizando o trabalho do profissional e associando a
atividade a algo que resulte em mudanças positivas na sociedade.
Coordenador da mesa,
o juiz auxiliar da presidência do CNJ Bruno Ronchetti disse que a pesquisa de
Sznelwar está desencadeando uma transformação na forma de entender o trabalho
dos juízes, uma vez que lança olhar sobre a valorização da vida e do trabalho.
Segundo ele, o CNJ está aberto para discutir relações de trabalho e métodos de
avaliação com os juízes. “É nossa preocupação ouvir os tribunais e os
profissionais, e no lugar de algo impositivo, criar algo participativo. Esse
desencaminhar da transformação já faz parte do nosso presente”, destacou.
Evento
- A 1ª Reunião Preparatória para o 9º Encontro Nacional
do Poder Judiciário e a 1ª Reunião da Rede de Priorização do Primeiro Grau estão sendo realizadas na Escola
da Magistratura Federal da 1ª Região (Esmaf), em Brasília, e terminam
amanhã com a apresentação dos resultados gerados pelos diversos segmentos de
Justiça.
Débora
Zampier
Agência CNJ de Notícias
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